Inspiração “além do espectro” e uma tarde de arte contemporânea e cultura literária

Hoje tivemos uma tarde que vai ficar na memória do nosso clubinho: uma imersão em arte contemporânea e literatura que reuniu sensibilidade, curiosidade e um encontro humano de grande impacto. Foi a nossa segunda visita ao Museu de Arte e Ciência de Campina Grande, desta vez para acompanhar a exposição “Além do Espectro”, com um brilho especial a mais: a presença e o bate-papo com o próprio artista, Mateus Rosa; uma inspiração para todos nós – não apenas pelo trabalho que apresenta em sua arte, mas também pela sua presença autêntica e pelo olhar singular sobre o processo criativo.

Mateus, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista, encontrou desde cedo a pintura como uma linda forma de expressão. Tê-lo conosco nesta tarde trouxe também um recado poderoso sobre inclusão: a diversidade de modos de perceber e produzir cultura é uma riqueza que precisamos acolher nas escolas e nos espaços de formação.

Acompanhando o grupo esteve também a professora Maria Eduarda Cavalcanti Rosa, mãe de Mateus, cuja mediação tornou a experiência ainda mais acessível e significativa. Com escuta atenta, ela traduziu conceitos, estabeleceu conexões entre as obras e a vida cotidiana das crianças e incentivou que cada aluno dissesse o que a obra provocava em seu olhar. Esses momentos de contextualização são essenciais para aproximar a arte do repertório infantil – e para que a própria infância se reconheça na expressão artística.

A exposição convida o público a experimentar cores, formas e percepções que escapam ao olhar imediato. Ao percorrer as obras, nossos pequenos foram provocados a ler texturas, contrastes e luzes; a perceber que a arte contemporânea não entrega respostas prontas, mas provoca perguntas e sensações que despertam sensibilidade. Em cada parada surgiram comentários, interrogações e descobertas – singelos movimentos que transformam a fruição em pensamento crítico.

A participação Mateus, Eduarda e sua família conosco foi, verdadeiramente, um presente. Eles não só apresentaram as obras, como participaram ativamente do diálogo com nossas crianças: responderam perguntas, explicaram processos e partilharam um pouco de sua experiência enquanto percurso criativo. Essas trocas foram fonte de inspiração e de reflexão sobre diversidade, modos diferentes de perceber a realidade e o valor de cada perspectiva.

Contação que fez florescer imaginações

E para coroar a visita, vivenciamos uma contação que aqueceu corações: a apresentação de “O Menino do Dedo Verde”, de Maurice Druon. A história de Tistu – o menino que transforma em flores tudo o que toca – dialogou poeticamente com o que vimos hoje: a relação entre gesto, cuidado e transformação. A encenação, por Aline Alencar, da Cia. Forrobodó de Teatro, misturou narrativa, música e teatralidade, e foi o encerramento perfeito: lúdico, sensível e profundamente evocador.

Mais do que um passeio, foi uma aula viva sobre o papel da arte na formação integral: a arte que provoca perguntas, amplia repertórios, semeia empatia e aponta possibilidades de existir e criar no mundo.

Saímos com o repertório ampliado, com perguntas novas e com o desejo de seguir explorando arte, literatura e modos diversos de expressão. Momentos como este reafirmam a convicção do educo.work: educar é abrir portas para olhares múltiplos, fortalecer a capacidade de ver o mundo por mais de uma lente e reconhecer que cada voz – e cada forma de sentir e criar – tem espaço e valor na construção do nosso futuro coletivo!

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